O Reino de Deus: Estabelecendo o Governo de Cristo
Por John Wimber
Traduzido por Rolf Jesse Fürstenau a partir de material em espanhol da conferência “Venha Teu Reino”, Barcelona, 22-24 de Abril, 1999. Nesta tradução foram utilizadas as Bíblias nas versões Almeida Revista e Corrigida (ARC) e Nova Versão Internacional (NVI).
Talvez nada seja mais dominante nos evangelhos do que o conceito do Reino de Deus. Por exemplo, no começo do evangelho de Marcos lemos: “E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1.14-15, ARC). Em Mateus 4.23, antes de começar um grande ensino, Mateus resumiu o ministério de Jesus na Galiléia mencionando três coisas: “ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo“ (NVI). Mateus repete este resumo de novo em 9.35. Em 10.7, depois que Jesus deu autoridade aos discípulos para expulsar demônios e para curar os enfermos, ele os instrui para que preguem que “É chegado o Reino dos céus” (ARC), e em seguida lhes diz: “curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios” (ARC). A palavra Reino sempre estava na boca de Jesus.
O Doutor James Kallas, em seu livro Jesus and the Power of Satan, sugere que, já que Jesus nunca explicou o que significava o Reino, ele assumiu que as pessoas sabiam (ou pensavam que sabiam) o que realmente significava (Kallas 1968, 119). No Antigo Testamento, o Reino de Deus estava relacionado com as expectativas dos judeus acerca da vinda do Messias. Estava conectado com a escatologia judaica, com sua esperança para o futuro. No judaísmo histórico, o Reino de Deus era compreendido em um sentido nacionalista. As pessoas tinham uma esperança militar, geográfica e terrenal, de que um reino nacionalista poderia se estabelecer um dia. Seria um império futuro tal como nos “bons tempos passados” do Rei Davi. Os judeus do primeiro século buscavam outro rei semelhante ao rei Davi, um Messias ungido para os guiar ao poder político por meio do poder militar. Quando Jesus falou do Reino de Deus, a maioria das pessoas pensaram em um reino deste mundo, povoado por judeus, sem aspectos futuros nem espirituais. João 6.15 claramente apóia isto: as pessoas queriam que Jesus fosse seu rei. Este também era o anseio dos discípulos, mesmo depois de terem estado com ele durante anos (Atos 1.6).
Quando Jesus falou do Reino não se referia a um reino terreno e nacionalista, nem tampouco falava exclusivamente de um reino celestial e futuro, como chegou a interpretar-se o Reino de Deus durante o período inter-testamentário. Ele anunciava o fato de que Ele estava estabelecendo seu governo nesta terra. Satanás nunca mais teria domínio completo sobre a terra e seus habitantes – Jesus tinha vindo com um só propósito em sua mente: destruir a atividade de Satanás no mundo. Duas das maneiras através das quais Ele fez isso foi curando os enfermos e expulsando demônios. Estes eram exemplos do conflito entre Jesus e Satanás. Se iniciou a batalha pela propriedade e pelo governo sobre os seres humanos. De forma similar outras áreas foram invadidas: a fome (João 6), as catástrofes naturais (Marcos 4.35 em diante), a enfermidade (Lucas 7.21) e a morte (Lucas 7.11 em diante). Em todas essas batalhas Jesus foi e segue sendo o vencedor.
Em Mateus 12.22-31 Jesus esclarece que a luta na qual ele esta não é uma gerra civil dentro de um reino. É uma batalha entre o reino de Deus e o reino do diabo. O homem forte, Satanás, está atado, e assim sua casa (o reino de Satanás) pode ser saqueada. O poder de Satanás está refreado, mas ele não ficou completamente sem poder (Mateus 16.23; Marcos 8.33; Lucas 22.3).
Então, é bastante óbvio que a guerra cósmica foi declarada. Jesus veio para invadir o reino de Satanás e derrotá-lo. Esta missão de implantar o Reino de Deus Jesus também deu aos seus discípulos (Lucas 10.8-9). Foi em sua pregação e seus milagres que Jesus viu a queda de Satanás, isto é, a derrota de Satanás (Lucas 10.8-9). Os inimigos do Reino de Deus não são forças físicas, mas espirituais(Efésios 5.11-12).
Quando Jesus deixou a terra, ele disse aos discípulos que eles receberiam poder para levar a cabo a missão que Ele havia iniciado (Atos 1:8). Isto incluía curar aos enfermos (espiritual, física e emocionalmente), e expulsar demônios. Para tudo isso é necessário poder, e isso é o que Ele prometeu em Atos 1:8.
Uma última ilustração nos ajudará a esclarecer essa continua batalha pelo governo. Oscar Cullman em Christ and Time fala a respeito do dia D e do dia V, da Segunda Guerra Mundial. O dia D foi 6 de junho de 1944. Para todos os efeitos, o resultado da guerra se decidiu neste grande dia de batalha. Os aliados foram os vencedores. Entretanto, a guerra não terminou até o dia V, 7 de maio de 1945 (Cullman 1964, 1). Houve mais perdas de vidas durante este período do que em qualquer outro durante a guerra. Mesmo assim a vitória havia sido determinada, a guerra terminaria em breve. Assim é com Jesus. Deus fincou sua bandeira na forma da cruz de Jesus. A terra é o território. Deus derrotou o inimigo no nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. A guerra não terminou, mas o resultado esta assegurado. A Igreja - que foi chamada como o exército de Deus – continuará assaltando as cidadelas de Satanás e através dela Deus implantará seu governo.
Temos sido chamados para nos unir à batalha em todas as frentes. Para isso, devemos aprender a permitir que Deus nos governe e que governe nosso lar, nossa igreja e nossa cidade e levar seu reino àqueles que ainda estão atados no reino de Satanás.
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