sexta-feira, setembro 04, 2009

A Revolução de Jesus: amar os inimigos

Esta é a maior revolução de todas! Assim é o Reino de Deus.

Textos sinóticos de Lucas e Mateus, na versão NVI, com os comentários originais da tradução movidos do rodapé para o texto para facilitar a leitura.

Lucas 6:27-36
Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe bater numa face, ofereçalhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica. Dê a todo aquele que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles.
Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os 'pecadores' amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os 'pecadores' agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os 'pecadores' emprestam a 'pecadores', esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles,
sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso.

Mateus 5:38-48
Vocês ouviram o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente' (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21). Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha (a milha romana tinha cerca de 1.500 metros), vá com ele duas.
Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado.
Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo (Lv 19.18) e odeie o seu inimigo'. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos (alguns manuscritos acrescentam abençoem os que os amaldiçoam, façam o bem aos que os odeiam) e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos (os publicanos eram coletores de impostos, malvistos pelo povo; também em 9.10,11; 10.3; 11.19; 18.17; 21.31 e 32) fazem isso! E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Moisés e a gripe A


Meu bom amigo Guilherme de Araújo escreveu no Twitter a seguinte frase:

Se Deus tivesse problema com ignorância teria ensinado física quantica pro Moisés, não acha?

Ele queria dizer que Deus não se importa tanto com o nosso conhecimento quanto com o nosso coração. Concordo plenamente.

Mas a frase me levou a viajar um pouco a respeito da lei Mosaica. Uma reflexão semelhante a aquele texto que circula na internet e que teria sido uma carta enviada a uma locutora de rádio fundamentalista nos Estados Unidos.

Bom, de fato Deus deu a Moisés revelações avançadissimas para a época. Sabemos hoje que aquelas regras de pureza eram boas práticas do ponto de vista higiênico. Moisés não sabia da existência dos microorganismos e a medicina era extremamente primitiva (estamos falando de milhares de anos atrás).

Então, nesse contexto, talvez a frase ficaria melhor assim: Se Deus tivesse problema com ignorância teria ensinado microbiologia pro Moisés, não acha?

Eram regras apropriadas para aquela época violenta. Elas proporcionavam ao povo a melhor qualidade de vida que poderiam ter.

Se no tempo de Moisés houvesse tambem uma pandemia de uma nova gripe e existisse alcool em gel, talvez ele tivesse sido incluído na Lei:

Lavarás tuas mãos com alcool em gel toda a vez que cumprimentares alguem de fora da tua casa, pois serás imundo.

Uma lei mais radical poderia ser:

Aquele que for pego tossindo e espirrando perto de outra pessoa sem o uso de máscara deve ser conduzido para fora do arraial e apedrejado até a morte.

Se houvesse algum grupo radical que promovesse sacrifícios humanos para acalmar a ira dos seus deuses e a sua religião exigisse o uso de roupas brancas semelhantes à dos médicos para simbolizar o seu comprometimento com os rituais, talvez houvesse uma lei do tipo:

Não usarás roupas brancas. Não te vestirás como um palmito. Isso é abominação para Deus.

Certamente haveria tambem um ritual de purificação:

Se alguem sentir dores no corpo, espirrar e o corpo esquentar, este deve ser removido do arraial. Ficara isolado por 10 dias, utilizando máscara.

Quem sabe até ficaria registrada a fórmula de algum medicamento natural para a purificação do imundo?

Séculos depois todos já estariam imunizados contra a gripe, porém os líderes religiosos continuariam a exigir a observância destas regras. Desobedecê-las seria um grave pecado contra Deus. Os médicos, por usarem branco por causa da profissão, são excluídos das denominações religiosas.

De repente apareceria alguem falando em amor e abraçando a todos sem usar o alcool em gel. Ele se torna amigo dos médicos, participando com eles de happy hours.

Os pastores se enfurecem contra essa heresia e lançam livros e DVDs para desmascarar a falsa doutrina que atribuem a alguma conspiração para o domínio mundial.

Será que seria assim?

Rolf Jesse Fürstenau

terça-feira, junho 30, 2009

18 denúncias contra Sarney


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

A Agência Brasil publicou no dia 29 de junho de 2009 a notícia de que o senador Arthur Virgílio pediu ao Conselho de Ética para que abra uma investigação contra o presidente do Senado, senador José Sarney.

As denúncias apresentadas por Virgílio são as seguintes:

1) Maria do Carmo Macieira, sobrinha de Sarney, nomeada por ato secreto no gabinete da senadora Roseana Sarney, filha do presidente do Senado;

2) Vera Portela Macieira Borges, sobrinha de Sarney, nomeada por ato secreto no gabinete do senador Delcídio Amaral, em Campo Grande;

3) João Fernando Sarney, neto de Sarney, nomeado e exonerado por ato secreto no gabinete do senador Epitácio Cafeteira;

4) Rosângela Terezinha Michels Gonçalves, mãe de João Fernando Sarney, neto de Sarney, nomeada logo após a exoneração do seu filho;

5) Nathalie Rondeau, filha do ex-ministro Silas Rondeau e afilhado político do Sarney, nomeada para trabalhar no Conselho Editorial do Senado. Sarney preside o Conselho;

6) Amaury de Jesus Machado, funcionário da senadora Roseana Sarney na casa dela em Brasília, é lotado no gabinete da senadora;

7) José Sarney emprestou seu imóvel funcional ao ex- senador e seu aliado Bello Parga;

8) Elga Mara Teixeira Lopes, especialista em campanha eleitoral, nomeada e exonerada através de ato secreto entre o 1º e o 2º turnos da campanha de Roseana Sarney para o governo do Maranhão, em 2006. A exoneração foi cancelada posteriormente por meio de ato secreto;

9) Valéria Freire dos Santos, viúva de um ex-motorista do Sarney, mora há quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para os senadores. Ocupa cargo comissionado no Senado Federal;

10) Fausto Rabelo Cosendey, gerente administrativo da empresa do neto de Sarney (SARCRIS, no Maranhão), José Adriano Sarney, é lotado no gabinete do deputado Sarney Filho;

11) Isabella Murad, sobrinha de Jorge Murad (marido de Roseana), nomeada por ato secreto para o gabinete de Epitácio Cafeteira. Ela mora na Espanha;

12) Virgínia Murad de Araújo, prima de Jorge Murad (marido de Roseana), nomeada no gabinete da liderança do governo no Congresso pela senadora Roseana Sarney;

13) Ivan Celso, irmão de Sarney, teve cargo de confiança no Senado;

14) Fernando Nelmásio Silva Belfort, diretor executivo do museu e também mausoléu de Sarney, foi lotado na Liderança do Congresso Nacional;

15) Shirley Duarte de Araújo, cunhada de Sarney, lotada durante seis anos no gabinete da senadora Roseana Sarney;

16) José Sarney encabeça os atos que criaram pelo menos 70% dos cargos de direção da Casa;

17) José Sarney recebia auxílio-moradia no valor de R$ 3,8 mil mesmo tendo casa em Brasília;

18) José Sarney ordenou que quatro servidores da área de segurança do Senado Federal fossem deslocados para reforçarem a segurança de sua casa no Maranhão.


fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/06/29/materia.2009-06-29.4493583040/view



sexta-feira, junho 26, 2009

O Reino de Deus: Estabelecendo o Governo de Cristo - John Wimber

O Reino de Deus: Estabelecendo o Governo de Cristo
Por John Wimber

Traduzido por Rolf Jesse Fürstenau a partir de material em espanhol da conferência “Venha Teu Reino”, Barcelona, 22-24 de Abril, 1999. Nesta tradução foram utilizadas as Bíblias nas versões Almeida Revista e Corrigida (ARC) e Nova Versão Internacional (NVI).


Talvez nada seja mais dominante nos evangelhos do que o conceito do Reino de Deus. Por exemplo, no começo do evangelho de Marcos lemos: “E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1.14-15, ARC). Em Mateus 4.23, antes de começar um grande ensino, Mateus resumiu o ministério de Jesus na Galiléia mencionando três coisas: “ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo“ (NVI). Mateus repete este resumo de novo em 9.35. Em 10.7, depois que Jesus deu autoridade aos discípulos para expulsar demônios e para curar os enfermos, ele os instrui para que preguem que “É chegado o Reino dos céus” (ARC), e em seguida lhes diz: “curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios” (ARC). A palavra Reino sempre estava na boca de Jesus.

O Doutor James Kallas, em seu livro Jesus and the Power of Satan, sugere que, já que Jesus nunca explicou o que significava o Reino, ele assumiu que as pessoas sabiam (ou pensavam que sabiam) o que realmente significava (Kallas 1968, 119). No Antigo Testamento, o Reino de Deus estava relacionado com as expectativas dos judeus acerca da vinda do Messias. Estava conectado com a escatologia judaica, com sua esperança para o futuro. No judaísmo histórico, o Reino de Deus era compreendido em um sentido nacionalista. As pessoas tinham uma esperança militar, geográfica e terrenal, de que um reino nacionalista poderia se estabelecer um dia. Seria um império futuro tal como nos “bons tempos passados” do Rei Davi. Os judeus do primeiro século buscavam outro rei semelhante ao rei Davi, um Messias ungido para os guiar ao poder político por meio do poder militar. Quando Jesus falou do Reino de Deus, a maioria das pessoas pensaram em um reino deste mundo, povoado por judeus, sem aspectos futuros nem espirituais. João 6.15 claramente apóia isto: as pessoas queriam que Jesus fosse seu rei. Este também era o anseio dos discípulos, mesmo depois de terem estado com ele durante anos (Atos 1.6).

Quando Jesus falou do Reino não se referia a um reino terreno e nacionalista, nem tampouco falava exclusivamente de um reino celestial e futuro, como chegou a interpretar-se o Reino de Deus durante o período inter-testamentário. Ele anunciava o fato de que Ele estava estabelecendo seu governo nesta terra. Satanás nunca mais teria domínio completo sobre a terra e seus habitantes – Jesus tinha vindo com um só propósito em sua mente: destruir a atividade de Satanás no mundo. Duas das maneiras através das quais Ele fez isso foi curando os enfermos e expulsando demônios. Estes eram exemplos do conflito entre Jesus e Satanás. Se iniciou a batalha pela propriedade e pelo governo sobre os seres humanos. De forma similar outras áreas foram invadidas: a fome (João 6), as catástrofes naturais (Marcos 4.35 em diante), a enfermidade (Lucas 7.21) e a morte (Lucas 7.11 em diante). Em todas essas batalhas Jesus foi e segue sendo o vencedor.

Em Mateus 12.22-31 Jesus esclarece que a luta na qual ele esta não é uma gerra civil dentro de um reino. É uma batalha entre o reino de Deus e o reino do diabo. O homem forte, Satanás, está atado, e assim sua casa (o reino de Satanás) pode ser saqueada. O poder de Satanás está refreado, mas ele não ficou completamente sem poder (Mateus 16.23; Marcos 8.33; Lucas 22.3).

Então, é bastante óbvio que a guerra cósmica foi declarada. Jesus veio para invadir o reino de Satanás e derrotá-lo. Esta missão de implantar o Reino de Deus Jesus também deu aos seus discípulos (Lucas 10.8-9). Foi em sua pregação e seus milagres que Jesus viu a queda de Satanás, isto é, a derrota de Satanás (Lucas 10.8-9). Os inimigos do Reino de Deus não são forças físicas, mas espirituais(Efésios 5.11-12).

Quando Jesus deixou a terra, ele disse aos discípulos que eles receberiam poder para levar a cabo a missão que Ele havia iniciado (Atos 1:8). Isto incluía curar aos enfermos (espiritual, física e emocionalmente), e expulsar demônios. Para tudo isso é necessário poder, e isso é o que Ele prometeu em Atos 1:8.

Uma última ilustração nos ajudará a esclarecer essa continua batalha pelo governo. Oscar Cullman em Christ and Time fala a respeito do dia D e do dia V, da Segunda Guerra Mundial. O dia D foi 6 de junho de 1944. Para todos os efeitos, o resultado da guerra se decidiu neste grande dia de batalha. Os aliados foram os vencedores. Entretanto, a guerra não terminou até o dia V, 7 de maio de 1945 (Cullman 1964, 1). Houve mais perdas de vidas durante este período do que em qualquer outro durante a guerra. Mesmo assim a vitória havia sido determinada, a guerra terminaria em breve. Assim é com Jesus. Deus fincou sua bandeira na forma da cruz de Jesus. A terra é o território. Deus derrotou o inimigo no nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. A guerra não terminou, mas o resultado esta assegurado. A Igreja - que foi chamada como o exército de Deus – continuará assaltando as cidadelas de Satanás e através dela Deus implantará seu governo.

Temos sido chamados para nos unir à batalha em todas as frentes. Para isso, devemos aprender a permitir que Deus nos governe e que governe nosso lar, nossa igreja e nossa cidade e levar seu reino àqueles que ainda estão atados no reino de Satanás.

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terça-feira, junho 23, 2009

Anos 90



Pelo Twitter recebi um link para o site N Coisas da rádio Ipanema que falava sobre a volta dos anos 90... Logo abaixo está o post da Ipanema (que pegou da Rolling Stone) e mais embaixo um comentário meu sobre o que essa década foi para mim.

23 de Junho de 2009 - 09:06

Este ano, bandas como Jane’a Addiction, Limp Bizkit e No Doubt, estão se reunindo. Patrocinadores esperam que os fãs de música dos anos 90, ou seja, que saíram da adolescência mais ou menos na época do primeiro Lollapalooza ( um dos festivais mais marcantes da época), estejam sentindo saudade do rock desse passado não tão distante.

Há bons sinais: Jane’s Addiction e Limp Bizkit vão bater de frente com Blink- 182, Faith No More, No Doubt e Phish, clássicos dos anos 90 vêm sendo cada vez mais tocados nas rádios, e o canal VH1 está preparando mais programas como o retrospectivo I Love the 90s. “Sempre acreditei na regra dos 15 anos, diz o vice-presidente da VH1, Rick Krim. “Quinze anos atrás foi o coração da década de noventa. É um solo fértil”.


Ingressos para a maioria das turnês do verão norte-americano ainda não estão á venda, mas quando o Rage Agaist The Machine se reuniu em 2007 para encabeçar festivais do mundo todo, ficou clara a crescente demanda por shows de bandas dos anos 90. No ano passado, Stone Temple Pilots fez uma média de US$ 230 mil em ingressos por show, mais que o dobro que fizeram na turnê anterior, em 2002.


Mas o que está alimentando a demanda? “O peso dos filhos começa finalmente a diminuir. Agora o pessoal daquela geração consegue guardar algum dinheiro. Já criaram seus filhos e começam a se colocar em primeiro plano novamente” diz Marshal Cohen, analista chefe da empresa de pesquisa de mercado NDP Group.


Fonte: Revista Rolling Stone

Que maravilha! Esta foi a minha década! Entrei nela com 11 e saí com 21 anos, ou seja, foi toda minha adolescência. Até tento, mas não consigo curtir de verdade a música dos anos 80... As bandas que eu curtia eram Nirvana, Pearl Jam, Green Day, Smashing Pumpkins, Alice in Chains, Metallica, Faith No More, Bride, Whitecross... Ouvia também Aerosmith, Guns, Bon Jovi... Naquela época a MTV era basicamente rock... bons tempos...

Me lembro quando, numa madrugada, vi pela primeira vez o Nirvana fazendo um show em um programa de música alternativa. Assim que vi fiquei impressionado e imediatamente coloquei uma fita de VHS no videocassete e gravei. Kurt Cobain estava com cabelo pintado de vermelho. Só mais tarde é que a banda passou a fazer mais sucesso por aqui com o Nevermind...

A imagem da minha MTV tinha bastante chuvisco. Eu havia pedido de presente para meus pais a instalação de uma antena UHF no telhado da nossa casa. Pouca gente assistia à MTV. Tinha um programa aonde o Thunderbird lia no ar cartas de telespectadores. Cartas de verdade, enviadas pelo correio... não e-mails! Isso foi antes do boom da internet. De tarde havia o “Gás Total” apresentado pelo Gastão Moreira aonde tocava rock um pouco mais pesado.

Lá pelos 13 anos passava a tarde na Players, uma locadora de vodeogame que ficava perto de casa. Jogava muito SNES. A gurizada que frequentava lá era da tribo skatista. Algumas músicas mais “comerciais” classificávamos como sendo “músicas que tocavam na Atlântida”. Eram músicas que não serviam para se ouvir em casa, mas apenas para dançar em festa (não nós, é claro... isso era coisa dos mauricinhos...). Deixei o cabelo crescer várias vezes... gostava muito das bandas de Seattle, mas rejeitava o rótulo “grunge”... Musicalmente acho que a década morreu junto com o Kurt Cobain. Outras bandas terminaram e mais tarde a MTV brasileira passou a dar mais destaque para o que antes era considerado ridículo e a americana para o rap.

No início da adolescência tomei a decisão de ser um discípulo de Jesus, em um retiro no Janz Team em Gramado. Considero esse o grande momento de conversão da minha vida. Depois dessa decisão passei a ir à igreja para buscar a Deus e não mais por obrigação. Na primeira oportunidade fui batizado.

De madrugada passava na Manchete um programa da Renascer só de música “gospel”. Naquela época o termo “gospel” passou a identificar todo um movimento de jovens evangélicos que curtiam rock. A Renascer parecia ser a igreja mais perfeita do mundo. Eu até fiquei escandalizado quando vi pela primeira vez um show do Bride na TV. Depois a banda passou a ser uma das minhas preferidas.

Na volta do Colégio Batista, junto com o meu colega de escola e igreja Felipe, passava na locadora Sound&Vision para ver se tinha novidades de rock alternativo. Foi assim que conhecemos o Green Day. Alugamos o Dookie antes de estourar por aqui. Gravamos em fita K7 e não cansávamos de ouvir enquanto jogávamos pingue-pongue e praticávamos arremessos de basquete em um circuito nos fundos da casa dele. Outras bandas que ouvíamos muito juntos era DC Talk, Newsboys e Audio Adrenaline. Petra também, especialmente o Petra Praise 2... Aliás, o Wake Up Call do Petra foi o meu primeiro CD cristão (secular foi o Use Your Illusion 2). Ah! Eramos fãs também da Rebecca St. James.

A música “gospel” brasileira era muito ruim, embora tivesse boa intenção. Se não me engano o meu primeiro CD “gospel” brasileiro foi um do Katsbarnéa aonde tinha a música Gênesis. Ele me enchia os olhos de lágrimas, mas a qualidade não se comparava com a das bandas de fora.

No início de 96 comecei a congregar em uma igreja carismática aonde tive um período maravilhoso e intenso de renovação. Época inesquecível. Entre os líderes estavam Isaías, Joãozinho, Christian... Vivi realmente um avivamento, não só pessoal mas também como igreja. Naquela época toda a dependência era do poder do Espírito Santo. Benny Hinn foi uma grande influência. Congreguei lá dois anos, até passar para aquela que eu pensava ser a melhor igreja do mundo. Até hoje ela não se estabeleceu ainda por aqui e já deixou de ser o que era a muito tempo, infelizmente. Pela internet pesquisava a respeito do avivamento que estava acontecendo ao redor do mundo (que teve como destaque Toronto).

Durante essa década desenvolvi algumas grandes amizades... Felipe, Guilherme, Cleber...

Eu orava para ter uma “namorada maravilhosa” e no final dessa década eu a encontrei. E foi pelo ICQ. Namorar com alguém que se conheceu pela internet era novidade! Casar com alguém da internet, então... era loucura... Recentemente comemoramos juntos em nossa casinha os 10 anos do nosso primeiro chat!

Enquanto estou terminando de escrever esse post, coicidentemente está tocando Smashing Pumpkins na 107... Que mistério!

segunda-feira, junho 22, 2009

SUPER CONEXÃO

SUPER CONEXÃO
27 de Junho de 2009 - 19h30min
Igreja Batista Passo D'Areia
Porto Alegre, RS

Romulo Lobo
Vineyard Rio
Responsável pelo Grupo Pequeno Vineyard Porto Alegre


Tuca Lopes
Pastor da Vineyard Camboriú

(clique na imagem para ampliar)


Vineyard Rio em Guaíba

14, 15 e 16 de Agosto de 2009
Reina em Mim
Seminário de Adoração em Guaíba
com Luciano Manga, pastor da Vineyard Rio de Janeiro

(clique no cartaz para ampliar)

sábado, setembro 20, 2008

Eleições 2008 e a Igreja

Chegamos em um período que me traz varios sentimentos. Para mim as eleições são momentos excitantes aonde o debate se intensifica e propostas novas são apresentadas (ou, pelo menos, deveriam ser). O povo pode manifestar sua opinião, em campanha e, finalmente, através do voto. É a beleza da democracia e da liberdade de expressão. Nestas eleições escolheremos nosso prefeito e nossos vereadores.

No entanto, este momento me traz também sentimentos de preocupação com relação ao comportamento dos evangélicos. Esse ano não estava me incomodando muito, até agora. Quase não acreditei quando ouvi de um pastor, no púlpito, afirmar que se alguém decidisse votar em um candidato que não fosse evangélico isto seria um jugo desigual, uma aliança pagã. A lógica é que Um vereador que não fosse evangélico iria, inevitavelmente, se corromper. Por outro lado, um vereador que estivesse ligado a uma igreja seria imune por estar "debaixo de autoridade".

Tal visão ignora a atuação vergonhosa de alguns políticos "homens de Deus" em anos recentes. 

A seguir está um artigo do sociólogo evangélico Paul Freston que foi pubicado na revista Ultimato no ano de 2000. Hoje, oito anos depois,  recomendo novamente a sua leitura.


A campanha eleitoral: raiz de todos os males
Por Paul Freston


15-09-2004 | Estamos novamente em época de eleições. A campanha já está nas ruas e na televisão. Entre os candidatos a prefeito e vereador estão muitos evangélicos, talvez mais numerosos do que nunca. Algumas denominações estão fazendo um esforço coordenado para marcar presença na política municipal e vários deputados evangélicos querem governar as suas cidades. Entre a indiferença e o entusiasmo, o eleitorado evangélico se prepara para votar.
O ceticismo toma conta de muitos. Afinal, a performance dos políticos evangélicos em geral tem deixado a desejar nos últimos quinze anos. Embora as análises desses evangélicos pessimistas divirjam, estão de acordo que não há remédio: qualquer nova leva de políticos evangélicos padecerá dos mesmos defeitos ou de outros igualmente nocivos.Mas outros evangélicos ainda são otimistas. Alguns porque negam as críticas comumente feitas à classe política evangélica, outros porque estão sempre na busca de uma fórmula que supere as limitações constatadas, seja por meio de um corporativismo mais eficiente, seja pelo surgimento de um "messias" político evangélico.

Em recente viagem (estou virando o Mineiro com Cara de Matuto!), fiz uma conferência para um grupo de evangélicos de vários países do Terceiro Mundo. Um africano, creio que do Quênia, fez um questionamento que poderia ter vindo de um brasileiro. Ele disse:

"Um evangélico entra na política porque é uma pessoa de muitos dons e os outros acham que ele poderá ser a solução para os problemas da nação. E quando já está lá, ele perde completamente o contato com seu ministério anterior e a igreja o deixa pairando no ar. Ele perde a direção, pelo menos com relação à visão que tinha quando começou. Da mesma forma, pergunto até que ponto o dom carismático entra nisso, porque muitas vezes quem tem mais dons é o mais anti-democrático. Ele acha que ninguém mais pode tomar o seu lugar, e o povo diz que 'ele é o nosso homem', até que surja outra pessoa e ocorra uma divisão."

A pergunta toca em duas feridas abertas da nossa comunidade evangélica, tanto aqui como (pelo que parece) em outros países: os políticos que decepcionam (culpa deles? culpa da igreja?) e os líderes personalistas anti-democráticos dentro da própria igreja, um modelo freqüentemente transferido para a política. A minha resposta na ocasião, agora um pouco recheada, foi a seguinte:

"Este é um exemplo da transferência de práticas do campo religioso para o campo político. Se temos na igreja este modelo de líder messiânico que pensa possuir todos os dons carismáticos em si mesmo (ao contrário do modelo neotestamentário que diz que todos os cristãos têm dons mas ninguém tem todos os dons, e por isso precisamos viver e presidir em comunidade), existe a tendência de transferir o modelo para a nossa ação política também."

Por que o cristão que entra na política tantas vezes "dá errado" depois? Claro que pode haver um problema individual: alguns candidatos são totalmente despreparados. Mas não devemos pensar essa questão em termos de falhas individuais. Há limitações da igreja que se revelam aqui. Na vida pública, as falhas da igreja se tornam muito mais visíveis. Elas sempre existiram, mas eram mais privadas e quase ninguém reparava. A gente não "deu errado" de repente porque entrou na política. Sempre tivemos esses problemas mas não os enxergávamos. Isso porque trata-se de uma questão de poder. Quanto mais poder existe em uma situação, mais graves parecem ser os erros. Mas as tendências sempre existiram. A situação de poder apenas revela a verdade que não víamos antes.

Precisamos pensar essas questões em termos de modelos. Não é só questão de preparo individual (habilidades e virtudes), embora estas também sejam importantes. Um modelo comum no Brasil é a candidatura auto-impelida. Um indivíduo se considera possuidor de dons ou então se sente vocacionado. Talvez tenha tido uma revelação, uma visão, um sonho... Aliás, a respeito disso, se você teve uma revelação para se envolver na política, se envolva. Mas não fale da sua revelação para ninguém, não a utilize como arma para constranger outros a apoiar você! Já houve vários exemplos na América Latina de evangélicos candidatos a presidente dizendo que tinham uma revelação... E aí, quando não ganhavam, tinham de explicar o porquê.

Mesmo em casos nos quais o candidato não reivindica uma revelação, o desejo de se envolver é muitas vezes auto-impelido, auto-gerado. Então, a pessoa se deixa exposta, porque entra em situações nas quais o poder está muito mais presente, e não sabe como lidar com isso.

O segundo modelo, igualmente problemático, é o modelo corporativista, no qual a igreja como instituição (ou pelo menos o grande líder carismático) se mobiliza e diz: "vamos nos envolver na política, vamos ter candidatos". Isso traz enormes problemas. A política é reduzida a um corporativismo, a um meio de conseguir coisas para a igreja como instituição. Parece que por trás disso há uma idéia de que a sociedade nos deve pagar um tipo de imposto porque nós temos a verdade, temos o direito de ser ajudados. Esse é um estranho conceito de missão, que é muito relacionado com a corrupção, o fisiologismo e o oportunismo, porque você precisa conseguir recursos estando próximo do governo ou de interesses poderosos.

Estes dois modelos, o auto-gerado e o institucional, são muito dúbios. Precisamos de um terceiro modelo, um modelo comunitário, que não é individualista nem corporativista. O envolvimento deve ser como parte de um grupo, mas um grupo (quer seja somente de evangélicos quer seja também de não-evangélicos) constituído para fins políticos e sem interesses institucionais para defender. Isso dá um elemento de responsabilidade, de accountability (prestação de contas), de transparência. Dá também um elemento de responsabilidade ideológica, de que você está envolvido com um certo projeto político, uma certa visão do que significa ser cristão na política, e que você será responsável perante aquela visão ideológica. Já existe no Brasil o MEP (Movimento Evangélico Progressista). Eu gostaria que existisse também um MEC (Movimento Evangélico de Centro) e um MED (Movimento Evangélico de Direita)! Gostaria de ver movimentos evangélicos do mesmo tipo do MEP, ao longo do espectro político, com propostas diferentes e concorrendo pelo voto evangélico, mas de maneira legítima e séria, procurando educar e conscientizar o povo evangélico a votar e se envolver com consciência. Isso seria um sinal de maturidade democrática. Seria possível ter debates acalorados mas sérios e respeitosos. Infelizmente, isso não existe. É impossível ter um debate sério sobre evangélicos e política porque as pessoas envolvidas nos outros dois modelos fogem dos debates. Por isso, precisamos incentivar esse modelo comunitário de engajamento político evangélico, para evitar os males do isolacionismo e do institucionalismo.

Então, o estilo do mandato pode ser em grande parte previsto pelo modelo da Candidatura e pela natureza da campanha. O estilo de campanha determina o mandato. Os acordos feitos com lideranças evangélicas, o tipo de apelo feito ao eleitorado evangélico, as ingenuidades alimentadas entre o eleitorado, a relação construída na campanha em termos de expectativas levantadas e de "dívidas" (literais e figuradas) contraídas – tudo isso determinará o mandato. O candidato que se "endividou" na campanha de formas inconciliáveis com a democracia, ou com a justiça social, ou com a diferença entre moralidade e legislação (nem todas as partes da moral cristã devem ser matéria de legislação), ou com a correta separação entre igrejas e Estado, com certeza "decepcionará" durante seu mandato. Mas isso deve ser surpresa somente para os ingênuos. O privilegiamento institucional será um presente de grego para as igrejas, criando dependências, incentivando hipócritas, amarrando a boca profética. O candidato precisa educar os ingênuos e frear os sedentos de poder e de benesses.

O âmago de tudo isso é a grande questão ausente dos nossos debates teológicos: o poder. Tanto o personalismo individualista como o institucionalismo corporativista sofrem de uma doutrina fraca do pecado. Alias, nós evangélicos, ironicamente, muitas vezes temos um conceito fraco do pecado! Não temos a doutrina protestante clássica de desconfiança no ser humano - qualquer ser humano, mesmo que seja um cristão sério, convertido, batizado no Espírito Santo; ou mesmo vários deles reunidos na cúpula de uma denominação. A doutrina clássica de que os pecadores precisam se controlar mutuamente num sistema de mútua prestação de contas é substituída por uma esperança "messiânica" num grande líder político evangélico ou pela fé numa "vanguarda" de líderes evangélicos com um direito divino de governar. Os partidos comunistas antigamente tinham essa idéia da "vanguarda". Os líderes iluminados do partido tinham a capacidade de interpretar infalivelmente os acontecimentos históricos e, portanto, o direito de guiar o povo. As vanguardas marxistas desmoronaram, mas vanguardas evangélicas estão surgindo. Devemos desconfiar de todas elas. Não se pode confiar tanto em ninguém, por mais consagrado que pareça, por mais unção do Espírito diga ter, por mais que reivindique governar ou legislar em nome de Deus. Nada substitui sistemas de prestação mútua de contas, de transparência e participação democrática. A democracia também não garante nada, mas é o sistema menos ruim, menos perigoso, porque mais próximo da visão bíblica do ser humano.

A teologia protestante clássica frisa que as relações de poder são inevitáveis (fazem parte do tecido da vida humana), mas sempre perigosas. O nosso meio evangélico, por outro lado, tende a enfatizar apenas um dos lados dessa ambivalência, de acordo com a nossa situação social. Quando impotentes, frisamos o perigo do poder e a necessidade de evitá-lo totalmente ("crente não se mete em política"). Mas quando o poder se abre para nós, imaginamos a possibilidade de exercê-lo sem ambigüidade, em nome do "povo de Deus". Não conseguimos equilibrar os dois lados da equação.

Se alguém me pergunta se confio em algum político evangélico (seja Garotinho, Benedita, Iris Rezende, Bispo Rodrigues ou qualquer outro), respondo que não. E o chocante não é essa minha resposta, mas o fato de que muitos evangélicos acham quase uma heresia dizer isso. Mas, biblicamente, não devemos confiar nos príncipes, mesmo que sejam evangélicos e tenhamos ajudado a colocá-los no poder! É por termos uma doutrina superficial do pecado que nos damos mal politicamente e criamos ídolos evangélicos que depois nos desapontam.

(Artigo originalmente publicado na revista Ultimato, no ano 2000)


Paul Freston é brasileiro naturalizado de origem inglesa. É sociólogo e pesquisa há muito tempo a relação entre evangélicos e política, tanto no Brasil como em outros países. É autor, entre outros, de Evangélicos e Política na Ásia, África e América Latina (Cambridge University Press, 2001) e de Partidos Políticos Protestantes: Um Panorama Global (Ashgate, 2004), além de Evangélicos na Política Brasileira (Encontro Editora, 1994).

fonte: http://www.teologiabrasileira.com.br/Materia.asp?MateriaID=79

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Marco Feliciano encontra Reverendo Caio Fábio

Pr. Marco Feliciano encontra Reverendo Caio Fábio
“Ouvi palavras profundas e carregadas de amor fraterno", diz Marco Feliciano


Pr. Marco Feliciano e Rev. Caio Fábio
O pastor Marco Feliciano esteve, na semana passada, com o reverendo Caio Fábio, uma das lideranças evangélicas mais conhecidas do país. O encontro ocorreu na residência do reverendo, em Brasília, onde discutiram sobre a igreja e os caminhos das lideranças. “No aconchego de seu lar, fui recebido como um irmão, porém nunca nos havíamos falado”, lembra o Pr. Marco.

Foram duas horas de conversa, durante as quais Feliciano pôde conhecer um pouco mais de Caio. “Ouvi palavras profundas, arraigadas em Cristo e carregadas de amor fraterno. Pude conhecer um pouco da alma deste pensador, e suas palavras se misturam com uma poesia incrível”, lembra. Conceitos, valores, a igreja moderna, o Evangelho: tudo passa pelo pensamento de Caio Fábio. “Com tanta bagagem assim, é claro, não deixou de me aconselhar e instruir, o que ouvi com reverência”.

Feliciano diz que se emocionou várias vezes durante a conversa, inclusive ao ouvir o desabafo de um líder que foi ferido, machucado. “Porém, como diz o poeta cristão, ‘os mais belos hinos e poesia foram escritos em tribulação’”, lembra. Talvez por isso, o reverendo se mantém de pé até hoje.

“Descobri que sua história começa em Manaus, quando, ainda aos 18 anos de idade, já começava a aparecer na TV. Hoje, com 54 anos, tem uma história que precisa e deve ser respeitada. Pregador e conselheiro de nações, urge que sua voz profética ressoe nos ouvidos desta geração jovem. Muitas vezes fui acalentado pelo doce Espírito Santo enquanto ouvia suas mensagens”, conta o pastor Marco.

No final do encontro ficou agendada uma entrevista para o programa Tempo de Avivamento, exibido pela RedeTV aos domingos, às 13 h

fonte: http://www.marcofeliciano.com.br/site2007/materia.asp?MA_ID_MOD=586&CAT_ID_MOD=3

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